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A mensagem humanista de Avengers Ultimato

PROFESSOR CLEITON - COLUNA ATUALIDADES

 

(Este texto contém spoilers)

 

O filme Avengers Ultimato está sendo um sucesso absoluto. A saga dos heróis da Marvel encantou os fãs e o resultado final desta história foi realmente espetacular e dispensa qualquer comentário. No entanto, o que me chamou a atenção e gostaria de compartilhar foi o aspecto humanista de algumas cenas do filme que trouxeram uma reflexão humanista e ética a respeito da “vida real”.

 

Muitos fatores caberiam ser comentados aqui nesta perspectiva, mas vou destacar aqui alguns que mais me chamaram a atenção:

 

A autoaceitação: Durante toda a história do HULK o herói viveu um conflito existencial em ser o monstro abominável que havia dentro dele (e de onde, por sinal, ele tinha seu poder) ou ser o pacato, porém inteligente cientista. O desenrolar dessa situação foi filosófico, o verdoengo herói decidiu, por fim, aceitar-se e ser o que de fato era, compreendeu sua fraqueza e, assim, automaticamente possuiu a sua força ao dominar a inteligência emocional necessária e a despreocupação de ser perfeito, e ao superar o medo de ser julgado ele pode, enfim, ser o que era e usar o melhor de si.

 

A força das mulheres: Em uma das cenas ao final do filme a Capitã Marvel pede a luva de Thanos ao Homem Aranha para leva-la dali, e é questionada “como conseguiria enfrentar tudo aquilo sozinha”. Ao ser subestimada, as outras heroínas juntam-se a ela e respondem o herói dizendo que ela não estava sozinha.

 

Certo que a cena se referia à batalha em questão mas, ao meu ver, a mensagem foi mais além. O questionamento do aracnídeo representou o questionamento de toda a sociedade à mulher que queira um feito grande – desafio esse que as mulheres encontram diariamente, e a resposta das outras vingadoras de que

 

“Ela não está sozinha” também é a resposta que vemos hoje pelo mundo, pois as mulheres estão cada vez mais unidas na busca por espaço social e, certamente, estão conseguindo as joias do infinito.

 

A morte não é um mal: o desenrolar da odisseia marveliana teve duas mortes marcantes, a da Viúva Negra e do irônico Homem de Ferro, mas ambas as mortes deixaram um legado: “a vida digna não é medida pela sua duração, tampouco pela forma de sua morte, mas sim pelo que se faz antes que ela acabe”.

 

Interessante perceber o quanto Natasha lutou contra Ronin para que pudesse morrer, no entanto, essa não foi uma atitude suicida de alguém que queria terminar (diminuir) a sua vida, mas sim para que a mesma tivesse algum sentido (aumentar). O legado é um valor que transcende a própria vida, isso foi percebido também na morte de Stark que se sacrificou mas continuou vivo em tudo que permaneceu após a sua morte. A morte é sempre inevitável e não tem hora certa para acontecer, o certo da morte é a vida que a antecede.

 

O Respeito e a igualdade: o Pantera Negra acabou sendo um marco dentro de Vingadores por representar toda a cultura afrodescendente dentro da jornada. Mas, uma cena me chamou atenção ao final do filme – o close no aperto de mão entre o Capitão América (idoso) e o Falcão foi mais que uma passagem do escudo, simbolizou a igualdade e o respeito entre as raças.

 

Quando o Capitão e o Falcão apertam a mão um do outro por alguns segundos, a câmera foca nas mãos dos dois personagens dando ênfase no contraste, na pluralidade e na aceitação do diferente, mas que também é igual.

 

Muitas seriam outras questões expostas durante o filme e toda a sua trajetória, provável que muitas tenham passado sem minha percepção, mas concluo que a saga dos Avengers é, sem dúvidas, uma mitologia contemporânea cercada de heróis, vilões e mais do que tudo isso: um entendimento de alguns dramas e anseios da existência humana.

 

Assim como as culturas antigas baseavam seu entendimento intuitivo e compreensivo da realidade nos mitos e tragédias, hoje também, de certa forma, pelo menos os fãs podem também perceberem-se nos cinemas.

 

Por: Cleyton Luiz Silva – Filósofo, Especialista em Ensino de Filosofia

 

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